segunda-feira, 26 de outubro de 2009

COPA DE 74 - 2ª PARTE






A HOLANDA NA COPA DE 1974


NA SEGUNDA FASE
HOLANDA 4 X 0 ARGENTINA

26 de junho de 1974 - Parkstation, Gelsenkirchen Apesar de perderem várias chances os laranjas chegam ao segundo gol através de Krol, num forte e rasteiro chute, aproveitando um rebote de Carnevali. Já no segundo tempo, aos 28 minutos, Cruyff centra para Rep que cabeceia e faz o terceiro gol. Nos descontos, Van Hanegen chuta, o goleiro argentino defende e antes que a bola fosse a córner, Cruyff, sempre com grande presença, a recolhe e atira de meta vazia para as redes argentinas.
Mais elogios à Holanda, desta vez por parte do técnico Cap, da Argentina: "A Holanda é um rolo compressor"; jornais argentinos: "Arrasaram-nos"; "A Holanda é uma máquina perfeita."


Neeskens cria um ataque na goleada sobre a Argentina


A chuva torrencial que caiu no segundo tempo foi um dos personagens do jogo contra a boa equipe sul-americana, considerada por Cruyff a favorita caso o Mundial fosse disputado na América do Sul. A tranquilidade de aos 11 minutos abrirem o marcador através de Cruyff, infiltrando-se na área, driblando o goleiro Carnevali e chutando para a meta vazia após receber passe perfeito de Van Hanegen permitiu mais uma vez a administração laranja da partida. Alguns jornalistas se referiram aos craques argentinos como fantasmas arrastando-se sob as pancadas de água. Cruyff as varava como um raio, uma entidade das águas.




HOLANDA: Jongbloed, Suurbier(Israel), Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

ARGENTINA: Carnevali, Wolf (Glaría), Perfumo, Heredia, Sá, Valbuena, Telch, Squeo, Ayala, Yazalde e Houseman (Kempes).


JUIZ: Davidson (Escócia)



--------------------------------------------------------------------------------

NO CAMINHO PARA A FINAL
HOLANDA 2 X 0 ALEMANHA ORIENTAL *

30 de junho de 1974 - Parkstation, Gelsenkirchen

A quinta partida disputada pela Holanda nessa Copa foi bem difícil. A Alemanha Oriental mostrou-se retrancada sem a preocupação de atacar e somente de se defender. Não estava fácil para o carrossel girar, ainda assim criaram algumas oportunidades, uma das quais, aos 8 minutos do primeiro tempo foi convertida em gol através de um chute cruzado de Neeskens, jogada originada de um córner batido por Johnny Rep.
O esquema defensivo dos alemães se desestruturou um pouco após o gol de Neeskens, e abriram sua defesa, permitindo a Resenbrink ampliar o marcador. Krol avançou pela lateral esquerda, jogou com Neeskens e Jansen que centrou para a área onde estava Resenbrink que arremata com êxito aos 14 minutos do segundo tempo.
Apesar de não ter sido uma grande partida para os holandeses, a vitória por 2 a 0 permitiu que confrontassem no próximo jogo os tricampeões mundiais de futebol.



HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

ALEMANHA ORIENTAL: Croy, Kitsche, Weise, Branchs, Burbjuweit, Lauck, Sparwasser, Schnupasse, Hoffman, Lowe, Pommerenke.

JUIZ: Rudolf Scheurer (Suíça)


*Em 1961 por questões políticas, a Alemanha foi dividida em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. A bandeira da Alemanha Oriental, que diferenciava da Ocidental com um símbolo de um compasso, não foi encontrada no formato "animated gif", pois esta página foi construída em 2001, 11 anos após a destruição do Muro de Berlim e reunificação das Alemanhas. Fica aqui minhas desculpas ao internauta e um pedido de colaboração, caso encontrem esta bandeira em formato "animated gif" que me mandem por e-mail. Desde já fico muito agradecido.


--------------------------------------------------------------------------------

O CONFRONTO COM OS TRICAMPEÕES
HOLANDA 2 X 0 BRASIL

3 de julho de 1974 - Westfalenstadiom, Dortmund
Uma partida marcada pelo nervosismo de ambas as partes. A Holanda, pelo fato de enfrentar os tradicionais tricampeões mundiais, que não se encontravam taticamente nos primeiros minutos de jogo; O Brasil, que decepcionantemente apelou para a violência fugindo completamente das suas características habituais, querendo disputar a final da Copa a qualquer custo. Seguramente a partida na qual os brasileiros foram mais violentos em todas as histórias das Copas do Mundo.

Fazia frio em Dortmund, com vento e chuva e média de 16 graus de temperatura. Mas em pouco tempo, dentro das quatro linhas, essa temperatura triplicaria.


Carrossel branco, pronto para enfrentar o Brasil


O curriculum da seleção brasileira, que ainda contava com alguns nomes do grande time tricampeão em 1970, intimidava os holandeses a princípio. Mas, como citou Cruyff em seu livro sobre a Copa de 1974 "Futebol Total" : "Depois de meia hora de dificuldades, despojados já de qualquer temor, sacudindo o complexo de estar à frente dos invencíveis, perdemos todo o respeito por eles e pelo que sem dúvida são e significam na história do futebol".
Os brasileiros apelam. Marinho Peres barra Jansen rispidamente, Rivelino provoca Rep, Valdomiro atinge deslealmente Neeskens com um pontapé por trás, Marinho Chagas passa o jogo inteiro intimidando Cruyff como disse anos atrás, que fez tudo para ser expulso junto com o capitão holandês e que nada adiantava, "o homem era frio", Marinho Chagas de novo revida uma entrada de Suurbier, Marinho Peres soca Neeskens - isso tudo nas costas do juiz. Os holandeses até que deram alguns trocos, mas estavam mesmo preocupados em jogar futebol e ir para a finalíssima com a Alemanha Ocidental, que vencia a Polônia por 1 a 0 num jogo também bem disputado. As tentativas de ataque brasileiras eram desorganizadas, e o goleiro brasileiro Leão evitava, como podia, o pior.
Enquanto isso, Neeskens, aos 6 minutos do segundo tempo abre o placar através de uma rápida infiltração, após combinação com Cruyff. Este, aos 20 minutos marca 2 x 0 com um tiro rasteiro e indefensável, definindo o jogo.
Minutos antes do término, o desespero final: Luís Pereira quase parte Neeskens em dois, sendo expulso.


Luís Pereira foi expulso após entrada violenta em Neeskens
E o técnico Zagalo, que menosprezava o "futebol alegrinho" jogado por uma das melhores seleções de todos os tempos, declarando estar preocupado unicamente com a final contra a Alemanha Ocidental, e que "podia fazer um suco dessa imensa laranja", já se achando finalista, teve que engolir suas palavras, reconhecendo: "caímos diante de um futebol de primeira linha". Entrevistado em 1994, quando a seleção brasileira enfrentaria novamente a seleção holandesa na Copa dos Estados Unidos, Zagallo, com uma letra "l" a mais em seu nome e na função de Coordenador Técnico, justificava suas palavras 20 anos depois dizendo que "precisava dar moral à minha equipe na época".



HOLANDA: Jongbloed, Suurbier, Haan, Rijsbergen e Krol; Jansen, Van Hanegen e Neeskens: Rep, Cruyff e Resenbrink.

BRASIL: Leão, Zé Maria, Luís Pereira, Marinho Peres e Marinho Chagas; Paulo César Carpegiani, Rivelino e Dirceu; Valdomiro, Jairzinho e Paulo César Lima (Mirandinha) .


JUIZ: Kurt Schender (Alemanha Ocidental)

Nenhum comentário:

Postar um comentário